9 de abril de 2013

Amiga...





Será que uma amizade só é verdadeira quando sobrevive a tudo?


Mas, sinto a falta da amiga que um dia tive, e partilhei com ela anos de segredos e cumplicidades.

Sei o que nos afastou ou talvez seja mais correto dizer “imagino”, os dois lados da balança nunca estiveram nivelados e por isso quando um deles cedeu aos seus próprios problemas, o outro quebrou.

Não sei. Se calhar não foi nada disto.

Mas sinto falta dessa amizade sem limites (pelo menos era o que eu pensava), de ter alguém que sabia poder pegar no telefone a qualquer hora da madrugada e pedir ajuda.

A verdadeira amizade é tão ou mais importante que o amor.

Porque é alguém que nos completa, que nos conhece por inteiro, sem todos os contornos que a sedução, o sexo, a contabilidade do deve e haver nos sentimentos obriga.

Mas, volto ao princípio.

Se esta amizade acabou quer dizer que nunca foi verdadeira?

Não acredito porque vivia em pleno, ajudamo-nos mutuamente e partilhamos tudo o que nos acontecia de bom e de mau, pelo menos eu partilhava.

Hoje, não posso pegar no telefone e falar com ela.

Quer dizer, posso e já o fiz mas foi tão profundamente doloroso falar com uma estranha, sentir o espanto de não reconhecer aquele ser humano que um dia foi das pessoas mais importantes da minha vida.

Talvez a profundidade da nossa amizade tenha sido a causa deste afastamento.

Talvez quando sabemos tudo sobre o outro, e a vida dele muda, passemos a ser um peso morto no caminho.

Não sei, mas tenho uma enorme tristeza dentro de mim que acredito se manterá por muito tempo.

Não tenho raiva e sei que tudo teve fim por fofocas e inveja, que é pior ainda de aceitar.

Gosto dela da mesma forma, senão não sentiria a falta louca que sinto! Eu não mudei continuo aqui, brincalhona, brava, louca e stressada como sempre, mas sem minha linda amiga!

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