Homem com depressão pós parto!

Não são apenas as mães que sofrem de depressão pós-parto. Os homens também podem ter os mesmos sintomas que elas após o nascimento do bebê, principalmente se a mulher apresenta a síndrome.
Não são apenas as mães que sofrem de depressão pós-parto. Os homens também podem ter os mesmos sintomas que elas após o nascimento do bebê, principalmente se a mulher apresentar a síndrome. 

Há diversos fatores relacionados à ocorrência da depressão pós-parto nos pais. Um estudo de 2010 da Escola de Medicina da Universidade de Virgínia (EUA), baseado em 43 pesquisas anteriores, mostrou a correlação entre a síndrome nas mães e nos pais. Além disso, histórico prévio de depressão e a mudança na dinâmica do casal - uma vez que os olhos da mulher podem estar mais focados na criança do que no marido - contribuiriam para o desenvolvimento da síndrome. 

Outro dado que levaria à depressão do homem seria a expectativa com relação a seu desempenho como pai. A atenção que ele deve dar à mulher e ao bebê e a responsabilidade da criação do filho, tanto os cuidados diretos do recém-nascido quanto a capacidade de prover uma boa qualidade de vida à família, podem provocar estresse. 

Do estresse à falta de prazer
Os sintomas que os pais costumam apresentar, além do estresse, são desânimo, alteração no ciclo de sono, diminuição da concentração, irritação e falta de prazer ou de disposição. "Os homens não têm tanto os sintomas emocionais mais explícitos que as mulheres costumam apresentar, como choro e momentos de impulsividade", explica Renata Krelling, psiquiatra e psicoterapeuta do Centro de Análise do Comportamento, de São Paulo. 

O homem que tem esses sinais costuma se afastar do contato afetivo com a esposa e com a criança. A pessoa com depressão é normalmente mais apática e até mesmo negligente, não dando o suporte necessário ao bebê. "Isso acaba virando uma espiral negativa na relação do casal e do filho. É esse o cerne da questão. Nós estamos tratando de um indivíduo dentro de uma família. É diferente de tratar um indivíduo isolado", afirma Renata. 

Em casos extremos, a depressão pode diminuir o relacionamento social do homem e até mesmo fazê-lo largar o trabalho. Se perceber que esses sintomas estão afetando seu dia a dia, o pai deve procurar ajuda psicológica. "Antes das repercussões sociais e econômicas, nós estamos falando de uma pessoa que muitas vezes está sofrendo e nem sabe por quê. Receber algum tipo de orientação é necessário para restaurar a qualidade de vida do homem e do casal, que acaba não conseguindo vivenciar esse momento de forma plena", comenta a psicóloga. 

Falta de estudos
Segundo a pesquisa da Universidade de Virgínia, 25,6% dos pais apresentam algum episódio depressivo entre o terceiro e sexto mês do recém-nascido, embora apenas 4,8% dos homens apresentem sintomas um ano após a chegada do bebê. Embora a incidência seja alta, "a depressão pós-parto nos pais é pouco estudada", alerta Renata. 

Embora a atenção durante a gravidez seja muito mais voltada à mulher, o comportamento do pai também traz repercussões para o desenvolvimento da criança. Por isso, é importante que tanto os médicos quanto o casal se preocupem com o estado do homem durante o período. 

"Não é um hábito o médico perguntar, e não é um relato espontâneo dos homens. Muitos deles nem percebem. Cabe, então, aos profissionais da saúde ficar atentos", afirma a psicóloga.
 

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